Extraído do livro: Caminho, Verdade e Vida
Emmanuel
“Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, a fim de que não
vejam com os olhos e compreendam no coração e se convertam e eu os
cure.” — (JOÃO, capítulo 12, versículo 40.)
Os planos mais humildes da Natureza revelam a Providência Divina, em
soberana expressão de desvelo e amor. Os lírios não tecem, as aves não guardam provisões e misteriosa força fornece-lhes o necessário.
A observação sobre a vida dos animais demonstra os extremos de ternura
com que o Pai vela pela Criação desde o princípio: aqui, uma asa; acolá, um
dente a mais; ali, desconhecido poder de defesa.
Afirma-se a grande revelação de amor em tudo. No entanto, quando o Pai convoca os filhos à cooperação nas suas obras, eis que muita vez se salientam os ingratos, que convertem os favores recebidos, não em deveres nobres e construtivos, mas em novas exigências; então, faz-se preciso que o coração se lhes endureça cada vez mais, porque,
fora do equilíbrio, encontrarão o sofrimento na restauração indispensável das
leis externas desse mesmo amor divino. Quando nada enxergam além dos
aspectos materiais da paisagem transitória, sobrevém, inopinadamente, a luta
depuradora.
É quando Jesus chega e opera a cura. Só então torna o ingrato à compreensão da Magnanimidade Divina. O amor equilibra, a dor restaura. É por isso que ouvimos muitas vezes: “Nunca teria acreditado em Deus se não houvesse sofrido.”
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