Orson Peter Carrara
Imagine uma gota de orvalho numa folha qualquer, refletindo o brilho. É uma imagem linda. Se estiver, todavia, numa superfície empoeirada, perderá sua beleza, ficando lamacenta.
Ao mesmo tempo imagine também uma quantidade de leite colocada num recipiente que não foi limpo. Isso vai azedar o leite, inviabilizando seu consumo.
As duas comparações foram feitas por Jesus na conversa com Sara, que lhe indagou como iniciar a construção do Reino de Deus dentro de nós, dada sua dificuldade em perdoar, nos apegos a que se sentia algemada e os domínios de ciúme e inveja que ainda se prendia.
Jesus então responde fazendo as duas comparações acima. A beleza ímpar do texto integral merece leitura atenta, que recomendo ao leitor. Aqui apenas uma síntese motivadora.
Destaco, todavia, pequeno e valioso trecho:
“(…) Se não purificarmos o vaso da alma, o conhecimento, não obstante superior, se confunde com as sujidades de nosso íntimo, como que as degenerando, reduzindo a proporção dos bens que poderíamos recolher. (…) É por isto que os nossos contemporâneos são justos e injustos, crentes e incrédulos, bons e maus ao mesmo tempo. O leite puro dos esclarecimentos elevados penetra o coração como alimento novo, mas aí se mistura com a ferrugem do egoísmo velho (…)”.
Que clareza! Por isso indico o leitor buscar a íntegra do capítulo. É o de número 3– Explicações do Mestre, constante do livro Jesus no Lar, de Neio Lúcio.
Basta não esquecer, diante das ocorrências todas do cotidiano, o último parágrafo da lição:
O orvalho num lírio alvo é diamante celeste, mas, na poeira da estrada, é gota lamacenta. Não te esqueças desta verdade simples e clara da natureza.
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