Wellington Balbo – Salvador BA
Hoje, se usarmos figura de linguagem, podemos dizer que é o nascimento de Allan Kardec, junto com a publicação da primeira edição de O livro dos Espíritos.
Sim, Kardec nasceu hoje, pois antes vivia o professor Rivail.
Neste dia que Kardec colocou a camisa dos “bleus” e foi o Zidane da imortalidade da alma.
Que classe! Que categoria!
E escreveu O livro dos Espíritos em 4 partes que, por sua vez, deram origem a 4 livros. Para um amante do futebol, poderíamos chamar os 4 livros criados a partir de O livro dos Espíritos nos 4 grandes.
Ora, mas se os desdobramentos são os 4 grandes, quem seria O livro dos Espíritos?
Fácil.
A Seleção Brasileira.
Na primeira parte de O livro dos Espíritos, ou no primeiro tempo desta partida, Kardec e os Espíritos trabalham Deus e o Espírito.
Artista e arte.
Jogador e bola.
Não, jogador e bola acho que não ficou legal…
Mas, vamos em frente.
E logo na primeira jogada:
O que é Deus?
Baita pergunta, que não foi um chute assim, solto, mas certeiro, sabe aquela bola que pega na veia? Pois é…
Resposta que deram os Espíritos parece sigla de partido político:
IS – CP.
Mas que diacho é isso?
IS – Inteligência Suprema.
CP – Causa primária de todas as coisas.
E avança Kardec tabelando com os Espíritos, tipo Pelé e Coutinho nos tempos áureos do Santos da década de 60.
Conversam sobre a criação, os elementos gerais do universo, espírito, matéria, falam até de Adão, mas não o Cláudio Adão, atacante que fez sucesso em vários clubes do país, mas o Adão da Bíblia, o Adão que, teoricamente, é pai de todos nós.
Vale lembrar que esta primeira parte desdobrou-se e deu origem ao livro A Gênese, outro craque que bate um bolão.
No segundo tempo dessa partida, ou segundo livro, como queiram, Kardec foi lançando e os Espíritos marcando os golaços.
Golearam a ignorância por várias vezes.
Falaram sobre os Espíritos, quem são esses jogadores? Vieram de onde? Têm forma? Vestem camisa de algum clube?
Sim, vestem, cada reencarnação os Espíritos vestem a roupa de carne, assim como um jogador veste a camisa de um clube.
Encerrou o contrato, ou seja, morreu o corpo, este jogador vestirá a camisa de outro clube, ou seja, o Espírito vestirá um outro corpo de carne, mas a essência, a habilidade, o jeito de bater na bola continua o mesmo, ou melhor, mais aperfeiçoado pelos chutes dados na partida passada, ou, como queiram, reencarnação anterior.
Esta segunda partida produziu uma espécie de time B, denominado: O time dos médiuns, ops… O livro dos médiuns.
Agora avançamos para o terceiro tempo desta partida. Vocês poderão dizer que numa partida de futebol não tem terceiro tempo. Mas, o jogo é meu, então, como sou o dono da bola e posso furá-la e ninguém mais jogar, acho melhor concordarem que teremos o terceiro tempo.
Neste terceiro tempo, Kardec e os técnicos, ou melhor, os espíritos, reuniram-se no vestiário para conversar acerca do comportamento desses jogadores. Será que estão se conservando para as partidas da vida? Jogando com amor à camisa, ou seja, amor ao corpo?
Falam sobre o jogar bem ou mal, vencer ou perder e até comentam a importância de trabalhar com mais afinco, ficar depois do treino normal “batendo” faltas para aperfeiçoar as virtudes.
Como um jogador, não nos aperfeiçoaremos se não treinarmos bastante. Treino é prática e prática faz o craque. Como jogador preciso saber minhas limitações e melhorá-las. O terceiro tempo comprou o passe de O Evangelho segundo o Espiritismo, que podemos chamar de a cartilha dos jogadores, livro que consta mensagens, dicas, como matar a bola no peito, fazer o bem e sair jogando.
Vamos, agora, para o quarto tempo, sim, não preciso recordar que sou o dono da bola, quem manda aqui sou eu, então vamos ao quarto tempo.
Quarto tempo que fala das esperanças e consolações. Quem jogou mal não está fora do time não, ao contrário, terá sua chance de voltar e jogar bem.
Para a IS, o verdadeiro dono da bola, não há jogador ruim, mas jogador limitado, que precisa treinar para melhorar sua performance.
E este Criador, ou melhor, treinador, tem três notícias para nos dar:
Uma boa.
Outra ruim.
E a conclusão dessas duas.
Vamos começar pela notícia ruim.
Ninguém escapa das consequências.
Porém, como este jogo é sobre esperança e consolação, vamos à boa notícia:
Ninguém escapa das consequências.
A conclusão dessas duas notícias dadas pelo treinador do Universo, ou para os íntimos apenas IS, é que, como ninguém escapa das consequências, marcar o gol ou jogar o pênalti para fora só depende de nós, haja vista que não serei responsável pelo pênalti que o Pelé errou, ou o Zico na Copa de 1986.
Cada um responde por si, o que é, claro, uma ótima notícia, pois para ser um vencedor nesta partida da vida eu não dependo de outro jogador, mas apenas de mim, apenas de jogar a bola para dentro e correr para o abraço.
Este quarto tempo encerra a goleada de 4×0 com o livro: O céu e o inferno. Eu disse 4×0 e não 7×1, por favor, não confundam as coisas.
E assim comemoramos hoje, 18 de abril, o aniversário da Seleção Brasileira da literatura espírita: O livro dos Espíritos, este golaço marcado pelo Zidane da imortalidade, nosso querido Allan Kardec.
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