Orson Peter Carrara
Meu filho Cássio, que é jornalista atuando na Casa Editora O Clarim, de Matão, lançou seu segundo livro recentemente. É o Entrelinhas – o olhar espírita dos fatos, que tive a honra e o prazer de prefaciar. O lançamento foi feito em várias lives e amplamente divulgado pelas publicações da editora. Pela oportunidade das alegrias de um pai ao ver o filho seguindo caminhos tão seguros de orientação, reproduzo o Prefácio que está incluído na obra.
Prefácio
A agitação do mundo — sob quaisquer ângulos que se coloquem a observar — é fato marcante em todas as épocas, com ou sem tecnologia, com desdobramentos intensos na mesma proporção em que se apresenta a diversidade que nos caracteriza a condição planetária.
Gradativas conquistas em todas as áreas resultam da natural ânsia de progresso e de buscas incessantes e variadas — motivadas por fatores igualmente diversos —, características humanas que provocam as citadas e diferentes agitações a conturbar ou modificar positivamente os panoramas.
Tais aspectos da evolução, seja nas conquistas da ciência ou nas buscas sociais, traduzem os acontecimentos que marcam épocas, com suas conhecidas reivindicações ou tragédias e até mesmo o surgimento de heróis, gênios e estúpidos variados. Nada, porém, de desconexão com o preço da evolução. É natural a luta para alcance de objetivos.
Para quem analisa os fatos e coloca-se a comentá-los, tais ocorrências se tornam farta fonte de informação, especialmente quando essas considerações usam o título “Ponto de Vista” (e, portanto, à luz do Espiritismo), em coluna mensal de tradicional publicação espírita do porte da RIE — Revista Internacional de Espiritismo, fundada em 1925 por Cairbar Schutel, e em plena circulação por vários países. Ao longo dos anos formou-se com aqueles textos precioso acervo de análises de fatos do cotidiano da história mundial, agora aqui colecionados para a presente obra.
O autor é meu filho, jornalista e autor de outra obra, O Som da Nova Era: O Clarim e seus maestros (também publicada por esta editora e retratando a continuidade da editora no período pós desencarnação de seu fundador). Reunindo os textos publicados no citado veículo (a RIE) a partir de 2011, vinculando os fatos à luz do Espiritismo, suas abordagens trazem um novo olhar, renovando os horizontes de entendimento, inclusive com transcrições parciais, pertinentes às ocorrências em si e também à lucidez de Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo.
Difícil indicar ao leitor um capítulo específico. Os temas são diversos, pois retratam as ocorrências reais que os inspiraram. Alguns títulos, inclusive, instigam a curiosidade na construção textual, como:
— Loucuras do bem — de março de 2013;
— Paralisia? — de maio de 2013;
— Não morra ainda vivo — de outubro de 2015;
— Gosto pela mentira — de dezembro de 2016;
— Por fé ou por ciência? — de outubro de 2018.
Ao lado, porém, da lucidez da vinculação com Kardec, o talento do autor nas análises profundas e ponderadas traz realmente um novo olhar sobre os acontecimentos que abalam ou engrandecem a humanidade.
Com aquela alegria e satisfação de pai, no “bom orgulho”, cumprimento-o e entrego aos leitores uma obra de referência doutrinária, devida especialmente à fidelidade ao pensamento espírita.
Para concluir transcrevo o último parágrafo do capítulo “O cumprimento do dever” (de novembro de 2012), onde há admirável análise sobre o voto. Utilizando-se da preciosa obra “Memórias do Padre Germano”, conclui o autor no citado capítulo:
“Na política ou em qualquer outro setor da vida, vitoriosos são os que cumprem o seu dever. ‘Não há santos na Terra, apenas homens que em algumas ocasiões cumprem sua obrigação’, completa o Padre Germano.”
Parece-nos oportuno destacar que muitas ocorrências dolorosas poderiam ser evitadas e muitas outras seriam altamente exitosas se olhássemos o dever…
Orson Peter Carrara
Matão, SP, 8 de julho de 2020.
Em homenagem ao dia da primeira psicografia de Chico Xavier, há 93 anos.
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