Dando prosseguimento ao nosso estudo sobre médiuns, é importantíssimo conhecer o funcionamento deste mecanismo de intercâmbio entre seres físicos e espirituais.
O fantástico e o sobrenatural vão perdendo terreno à medida que vamos compreendendo que tudo tem uma explicação, uma lógica e uma razão. Nada acontece por acaso. O “miraculoso” somente é assim chamado até que conheçamos os seus mecanismos. Por isso, ao médium consciente de seu dever, é necessário conhecer tudo que o cerca, entender sobre este universo novo que se abre aos seus sentidos. O médium é uma porta aberta para inteligências de outra dimensão e é importante lembrar que existem inteligências boas e más.
Neste tópico buscaremos apenas fazer entender, de uma maneira simples e objetiva, como se processa as manifestações mediúnicas, através de um capítulo do livro “Mediunidade Sem Lágrimas”, de Eliseu Rigonatti.
Centro Espírita Vinhas do Senhor
Pouso Alegre, 26 de novembro de 2014.
A Mediunidade
A MEDIUNIDADE SEM LÁGRIMAS
ELISEU RIGONATTI
Para compreendermos onde reside a mediunidade, lembremo-nos de que somos compostos de três elementos: o espírito, o perispírito e o corpo.
O espírito somos nós mesmos. É a nossa individualidade. É a parte de nós que pensa e sente. É o nosso EU imortal.
O perispírito é um véu fluídico que envolve o espírito e o liga ao corpo durante o tempo da encarnação. É inseparável do espírito e é tanto mais luminoso quanto maior for o adiantamento moral do espírito a que reveste. É invisível para nós no estado normal; porém, pode tornar-se visível, como no caso das materializações e das aparições.
O corpo é o instrumento com o qual o espírito atua no mundo terreno.
Por conseguinte, agora que estamos encarnados possuímos o espírito, o perispírito e o corpo; quando estivermos desencarnados possuiremos o espírito e o perispírito.
O perispírito é o receptor das sensações e o transmissor delas ao espírito. As sensações físicas são recebidas pelo perispírito através do sistema nervoso de que é dotado nosso corpo. As sensações espirituais recebem-se diretamente pelo perispírito que se irradia através de nosso corpo e o contorna como uma névoa.
Há dois gêneros de mediunidade: a mediunidade de efeitos físicos e a mediunidade de efeitos intelectuais.
A mediunidade de efeitos físicos é a que produz manifestações materiais, tais como: barulhos, deslocamentos de objetos, materializações, transportes, trabalhos manuais, voz direta, etc. Conquanto a voz direta seja uma manifestação intelectual, incluímo-la na classificação de efeitos físicos, porque só por um médium deste gênero ela pode produzir-se.
A mediunidade de efeitos intelectuais produz manifestações inteligentes, a saber: a palavra, a escrita, a inspiração, a intuição, etc.
O mecanismo da mediunidade de efeitos físicos é o seguinte: o perispírito do médium projeta para o exterior uma emissão fluídica-nervosa; os espíritos se apropriam dessa emissão e a combinam com os seus fluidos magnéticos; adquirem desse modo a força com a qual produzem os fenômenos.
O mecanismo da mediunidade de efeitos intelectuais é o seguinte: o espírito que se quer comunicar liga seu perispírito ao perispírito do médium e assim influencia o médium que lhe reproduz os pensamentos pela palavra ou pela escrita.
Na mediunidade de efeitos físicos há uma emissão fluídica-nervosa da qual os espíritos se utilizam. Na mediunidade de efeitos intelectuais o organismo do médium é diretamente influenciado pelo perispírito do espírito manifestante. À força nervosa projetada pelo médium é utilizada pelos espíritos, nas manifestações e efeitos físicos, deu-se o nome de ectoplasma.
A causa que produz a mediunidade é orgânica-espiritual.
É orgânica porque o sistema nervoso do médium vibra muito facilmente irradiando pelo perispírito intensa emissão fluídica-nervosa que, combinada com os fluidos magnéticos do espírito manifestante, serve para a produção dos fenômenos de efeitos físicos. Graças também à rapidez essas vibrações, o perispírito do médium ganha certa liberdade que lhe permite ligar-se ao perispírito do espírito manifestante e, assim, produzir os fenômenos de efeitos intelectuais.
É espiritual porque sem o concurso dos espíritos a mediunidade seria inútil, como seriam inúteis os olhos se não houvesse a luz.
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