Primeiramente, a mediunidade não é uma faculdade inerente do homem, todas as criaturas são médiuns, pois todos os homens são intermediários de boas ou más aspirações advindas do Plano espiritual. Emmanuel, com toda sua sabedoria, conceitua a mediunidade comparando-a á uma cachoeira:
A cachoeira é um espetáculo de beleza, guardando imensos potenciais de energia. Revela a glória da natureza. Destaca-se pela imponência e impressiona pelo ruído. Entretanto, para que se faça alicerce de benefícios mais amplos, é indispensável que a engenharia compareça, disciplinando-lhe a força. É então que aparece a usina generosa, sustentando a indústria, estendendo o trabalho, inspirando a cultura e garantindo o progresso. Assim também é a mediunidade. Como a queda d’água, pode nascer em qualquer parte. Não é patrimônio exclusivo de um grupo, nem privilégio de alguém. Desponta aqui e ali, adiante e acolá, guardando consigo revelações convincentes e possibilidades assombrosas. Contudo, para que se converta em manancial de auxílio perene, é imprescindível que a Doutrina Espírita lhe clareie as manifestações e lhe governe os impulsos. Só então se erige em fonte contínua de ensinamento e socorro, consolação e bênção.
Em consonância com o descrito, a mediunidade é um instrumento fiel da Divindade que permite aos seres encarnados e desencarnados a troca de experiências e, consequentes aprendizados morais, essenciais para a evolução espiritual. Ainda, a faculdade mediúnica se manifesta em conformidade com o entendimento e o progresso espiritual de cada criatura.
Entretanto, para atingir o êxito na prática mediúnica, é necessário adentrar aos conhecimentos das Obras Básicas, de Allan Kardec, a fim de obter maiores esclarecimentos sobre os espíritos. Acima de tudo dever-se-á entender que a mediunidade é uma oportunidade de servir ao bem, baseado no mais primitivo dos sentimentos, o amor. O amor a si mesmo, aos outros e principalmente a Deus.
Nessa vereda, a humanidade em processo de regeneração, Deus chama-nos ao trabalho perpétuo da doutrina espírita, buscando nos seres a ajuda necessária para propagar a caridade, o amor e a fé.
Pela falta do conhecimento ou medo, os seres se perdem nos chamados de Deus. A mediunidade é uma ferramenta da interação espírito-matéria, em que o pensamento é o alimento fluídico para um trabalho baseado nos preceitos cristãos. A mediunidade aflora nos seres no momento exato do cumprimento do seu trabalho. “Durante o processo de florescimento da mediunidade, a maior ou menor perturbação psíquica ou orgânica do médium depende do tipo das suas amizades espirituais, atraídas pelos seus pensamentos.
Assim sendo, identificar a mediunidade se torna tarefa difícil, pois se mistura com o corpo orgânico, ou seja, sintomas que, aos olhos humanos são de doenças comuns, aos olhos da alma podem ser manifestação da mediunidade.
O médico-espírita, Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, descreve de maneira precisa essa interação alma-corpo-sintomas físicos. Em um estudo realizado com 700 pessoas, observou sintomas característicos e semelhantes no florescimento da mediunidade. Ainda, vale ressaltar que cada ser humano é único e, portanto os sintomas aparecem de maneira ímpar, podendo ou não ser iguais aos descritos na pesquisa.
Em linhas gerais, os sintomas são:
- Pânico, sem motivo aparente;
- Perda de controle de si;
- Alteração no comportamento;
- Fome: Anorexia, bulimia, distorção da dieta;
- Sono: hipersonia, insônia e sono de baixa qualidade;
- Sexualidade: dificuldade de manter vínculos;
- Agressividade: auto-agressividade (fragilização, fobia, auto-rejeição, depressão, doenças auto-imunes e doenças degenerativas); hetero-agressividade (mal-humor até violência);
- Todo sintoma é superlativo, ou seja, maior do que ele é;
- Aumento da pressão ao aproximar um espírito;
- Hipoglicemia;
- Taquicardia – arritmia;
- Aumento do fluxo sanguíneo em presença do espírito;
- Tonturas e desmaios
- Diminuição de fluxo sanguíneo nos pés e nas mãos;
- Calafrios;
- Alteração do peso corporal;
- Formigamentos; sensação de vibração energética no centro da cabeça; pressão na coroa, no pescoço e costas;
- Intensificação dos sentidos – audição, olfato e tato;
- Dores de cabeça fortes sem motivos aparentes.
Como se observa, os sintomas devem ser analisados com muita cautela, pois se tratam de patologias comuns à medicina e fáceis se serem confundidas com a manifestação de mediunidade.
Portanto, como saber se você é ou não um médium, é preciso entender que esses sintomas não possuem justificativas, ou seja, não há causa e efeito. A cada pulso mediúnico centrado nos chacras do corpo humano, há liberação do hormônio adrenalina. Com mais clareza, o estresse também libera adrenalina no corpo, ou seja, há uma justificativa para tal. No caso do pulso mediúnico, a liberação ocorre naturalmente sem motivo.
Por esse sentido, vê-se que por mais explicações, é ainda difícil aos seres identificar de maneira exata a mediunidade. Portanto, para maiores esclarecimentos se faz necessário buscar em um centro espírita, enraizados nos preceitos da doutrina, o conhecimento necessário para aprender e compreender a mediunidade.
Em análise última, Deus nos proporciona por meio da mediunidade a oportunidade de crescimento espiritual-moral essencial ao progresso humano. O objetivo é que o espírito aprenda com a falha ou a glória do outro espírito, assim busca-se a reforma íntima verdadeira baseada na mudança pelo amor e entendimento cristão.
Fontes utilizadas:
Youtube – Fenomenologia Orgânica e Física – Dr. Sergio Felipe de Oliveira
Estudando a Mediunidade – 1 – FEB
Mediunismo -Ramatis
Youtube – Programa Transição – Sintomas da Mediunidade
Centro Espírita Vinhas do Senhor
Pouso Alegre/MG, 03/10/2014
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