Orson Peter Carrara
O interessante relato está registrado por Allan Kardec na edição de abril de 1865 da REVISTA ESPÍRITA no emocionante artigo Poder Curativo do Magnetismo Espiritual – Espírito do Dr. Demeure. Referido trabalho dá destaque à cura por ação fluídica empreendida por um médico desencarnado – no dia seguinte à própria desencarnação – à médium Sra. G…, também sua paciente de consultório quando ainda encarnado, além de amigos pessoais e integrados à atividade espírita na mesma instituição. O detalhe é que a médium, vidente e sonâmbula muito lúcida, não sabia da morte do amigo e médico e foi atendida por ele mesmo, inicialmente sem saber a identidade, reconhecendo-o, pela vidência, alguns minutos após o benefício da cura. O que naturalmente causou-lhe grande impacto, dada sua sensibilidade.
Necessário destacar a índole bondosa e humanitária do médico e os méritos da paciente. Todavia, a íntegra do texto é empolgante de ler, repleta de ensinos e valiosas considerações, além da própria ocorrência inusitada, mas dentro da naturalidade dos princípios da vida humana e dos atributos da alma, desconhecidos de muita gente e estudados pelo Espiritismo com muita propriedade. Sugiro ao leitor buscar o texto na íntegra. Aqui apenas um estímulo.
O artigo, em seu penúltimo parágrafo, traz essa pérola de Kardec, referindo-se ao bondoso médico e aos méritos morais da médium:
A verdadeira superioridade é modesta. Ela faz o bem sem ostentação e apaga-se em vez de procurar o brilho. Aquele que tem renome vai buscá-la e a descobre, ao passo que o presunçoso corre à busca do renome que muitas vezes lhe escapa. Jesus dizia àqueles que ele havia curado: “Ide, dai graças a Deus e não o digais a ninguém.” É uma grande lição para os médiuns curadores.
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