Pelo Espírito Emmanuel.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: À Luz da Oração. Lição nº 13. Página 33.
Senhor Jesus!
Quando vieste ao mundo, numerosos conquistadores haviam passado, cimentando reinos de pedra com sangue e lágrimas.
Na retaguarda dos carros de ouro e púrpura com que lhes fulgia a vitória, alastravam-se, como rastros da morte, a degradação e a pilhagem, a maldição do solo envilecido e o choro das vítimas indefesas.
Levantavam-se, poderosos, em palácios fortificados e faziam leis de baraço e cutelo, para serem, logo após, esquecidos no rol dos carrascos da Humanidade.
Entretanto, Senhor, nasceste nas palhas e permaneceste lembrado para sempre.
Ninguém sabe até hoje quais tenham sido os tratadores de animais que Te ofertaram esburacada manta, por leito simples, e ignora-se quem foi o benfeitor que Te arrancou ao desconforto da estrebaria para o clima do lar.
Cresceste sem nada pedir que não fosse o culto à verdadeira fraternidade.
Escolheste vilarejos anônimos para a moldura de Tua palavra sublime…
Buscaste para companheiros de Tua obra homens rudes, cujas mãos calejadas não lhes favoreciam os vôos do pensamento.
E conversaste com a multidão, sem propaganda condicionada.
No entanto, ninguém conhece o nome das crianças que Te pousaram nos joelhos amigos, nem das mães fatigadas a quem Te dirigiste na via pública!
A História, que homenageava Júlio César, discutia Horácio, enaltecia Tibério, comentava Virgílio e admirava Mecenas, não Te quis conhecer em pessoa, ao lado de Tua revelação; mas o povo Te guardou a presença divina e as personagens de Tua epopéia chamam-se “o cego Bartimeu”, “o homem de mão mirrada”, “o servo do centurião”, “o mancebo rico”, “a mulher cananéia”, “o gago de Decápolis”, “a sogra de Pedro”, “Lázaro, o irmão de Marta e Maria”.
Ainda assim, Senhor, sem finanças e sem cobertura política, sem assessores e sem armas, venceste os séculos e estás diante de nós, tão vivo hoje quanto ontem, chamando-nos o espírito ao amor e à humildade que exemplificaste, para que surjam, na Terra, sem dissensão e sem violência, o trabalho e a riqueza, a tranquilidade e a alegria, como bênção de todos.
É por isso que, emocionados, recordando-Te a manjedoura, repetimos em prece:
– Salve, Cristo! os que aspiram a conquistar desde agora, em si mesmos, a luz de Teu reino e a força de Tua paz, Te glorificam e Te saúdam!…
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