Orson Peter Carrara
As lições saltam aos olhos. A cada leitura mais atenta, descobrem-se as pérolas das Obras da Codificação Espírita de Allan Kardec.
A expressão acima está no capítulo XVII – Sede Perfeitos, de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Exatamente na conhecida e preciosa mensagem O Dever (assinada por Lázaro, item 7 do citado capítulo e já no subtítulo Instruções dos Espíritos).
Referida apreciação de Lázaro é muito profunda, valiosíssima, abrindo enorme perspectiva de estudos, reflexões, abordagens, entrevistas e artigos. Mesmo um livro (ou vários) seria possível escrever a partir do expressivo texto. Eu mesmo já proferi palestra várias vezes, valendo-me unicamente dos dois primeiros parágrafos, sem explorá-los totalmente do que eles por si só já permitem. Muitos outros amigos já se valeram do mesmo texto em entrevistas e outras abordagens, textuais ou virtuais.
A expressão título desta abordagem é encontrada, todavia, no último parágrafo. Reproduzo ao leitor para comentar na sequência:
“(…) Jamais cessa a obrigação moral da criatura para com Deus. Tem esta de refletir as virtudes do Eterno, que não aceita esboços imperfeitos, porque quer que a beleza da sua obra resplandeça a seus próprios olhos.”
O destaque em negrito é de minha autoria. Mas vejam os amigos leitores que afirmação notável. Deus, em outras palavras, considera o autor, determina que as criaturas devem refletir sua grandeza, não aceitando esboços imperfeitos. O que significa também, em outras palavras, e que já sabemos, determinou que todos deveremos alcançar a perfeição – ainda que relativa – para que a grandeza e beleza de sua Obra, esteja em nós, as criaturas.
Daí todo aprendizado, longo, muitas vezes penoso, mas com uma finalidade didática educativa, muito abrangente. Esse emaranhado de experiências continuadas tem essa finalidade: aprimorar continuamente a alma. Lição belíssima!
Assim, como humanos, muitos de nós guardam cuidados nos detalhes, exigindo muitas vezes de nós mesmos esboços que se aprimorem continuamente nos diversos segmentos das artes, das profissões, dos esportes, da cultura em geral – ainda que trazendo imperfeições –, o que não dizer do Criador. Deus não criou para o sofrimento, para a infelicidade, para a imperfeição.
Não! Criou para a beleza, para a grandeza, para a perfeição, repita-se, ainda que relativa.
É uma questão lógica de justiça, de bondade! É um caminho que todos deveremos trilhar. Deus é sábio e bom.
Alcançaremos, no tempo e no espaço, a perfeição, a beleza, refletindo a grandeza do Criador. Note-se que Jesus já alcançou essa condição de co-Criador. Conosco não será diferente.
Isso é altamente expressivo. Nada, pois, de desânimo. Mas coragem sempre! Esse “desenho” ou “quadro” de nós mesmos está se aprimorando gradativamente. O processo é longo, mas o resultado final será de felicidade plena. Facilitemos isso com nossa boa disposição e muita confiança na Grandeza de Deus.
Lembremo-nos da citação de Lázaro: Deus não aceita esboços imperfeitos… Aqui em outras palavras, mas refletindo a sábia didática da Inteligência Suprema do Universo.
Deus, que criou o Universo, as criaturas, estabeleceu as Leis, sendo a Perfeição Absoluta, não poderia – convenhamos – criar a imperfeição… O que vemos de imperfeição é fruto do estágio em que transitam aqueles que ainda não atingiram o objetivo. E isso é um processo contínuo, sem cessar. Fabuloso pensar tudo isso…
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