Wellington Balbo – Salvador BA.
Em uma escola que lecionei, a regra era clara: após o intervalo aluno não poderia ir ao banheiro. Meu coração mole, porém, consentia a ida ao toalete desde que estivesse muito apertado.
Óbvio que “todos” estavam apertados para sair da sala de aula.
Aquela flexibilidade em deixar quem estava “necessitado” sair colocou-me em maus lençóis, porquanto eu permitia a ida de uns e barrava outros, ocorrendo em flagrante injustiça.
E vinham as cobranças:
Você deixou ele e não eu. E vinham os pais: O filho dele pode e o meu não… Aquilo me ensinou que a flexibilidade pode estar no convívio social, entretanto, deve ser bem dosada. Flexibilidade demais bagunça. Flexibilidade apenas em casos extremos.
No condomínio onde resido uma das regras é a de que não se pode ter cerca nas casas. Entretanto, segundo a coordenação do condomínio 60% das casas têm cercas, o que provoca constantes reuniões e troca de farpas entre os condôminos.
Problemas advindos do desrespeito às regras.
Deus, inteligência suprema, preferiu não estabelecer regras porque estas, principalmente em nosso mundo ainda pouco evoluído, poderiam ser burladas. Um jeitinho aqui, uma arrumada acolá e pronto… Não seria difícil de alguém oferecer um cargo a São Pedro no Ministério de sei lá o que para conseguir uma informação privilegiada de algum anjo ou arcanjo…
Bagunça total no Universo.
O Todo Poderoso foi lá e fez Leis irrevogáveis.
Leis que não podem ser burladas pelo jeitinho do homem. Nas Leis Divinas nem brasileiro dá jeito. Elas cumprem-se.
Quem pode com o Progresso? Esta Lei vai acontecendo quer queiramos ou não.
E quem pode barrar a morte? Ninguém, porque não é uma regra, mas uma lei.
A senhora da foice é incorruptível e não aceita milhões de euros na Suiça.
Quem consegue conter a Lei de causa e efeito? Impossível! Nenhuma negociata ou caminhão de dólares contém as consequências de nossos atos.
Interessante mensagem do Espírito da Verdade para Kardec demonstra de forma clara a importância de fazer-se cumprir as leis, normas ou regras que são estabelecidas pelo Homem ou por Deus.
Numa mensagem recebida em junho de 1860, diz o Espírito Verdade pela médium Sra. Schmidt que seria necessário Kardec retornar ao mundo dos Espíritos, porque se fazia imprescindível cumprir a Lei da Natureza.
Caso fosse possível o codificador não sairia da Terra e ficaria por aqui mesmo, mas Lei é Lei e se faz imperioso que ela se cumpra. Por isso a necessidade da desencarnação do codificador e sua volta para o prosseguimento da missão.
Observe que, mesmo diante de situação capital e que envolve toda a humanidade, como no caso da codificação espírita, o cumprimento da Lei foi fundamental.
Fico a refletir:
Se um Espírito da hierarquia de Kardec teve de respeitar as Leis estabelecidas por Deus mesmo vindo cumprir importante missão, por que nós temos dificuldades em cumprir simples regras, tais como: não avançar o sinal vermelho, não furar a fila do passe no centro espírita, enfim, obedecer o que foi estabelecido, porquanto as regras visam organizar a vida social.
Repito: ainda bem que Deus fez Leis porque se houvesse feito regras logo apareceria alguém para dar um jeitinho e mudar o rumo das coisas…
Antes de darmos uma “carteirada” pensemos em Kardec…
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