Wellington Balbo e Marcelo Henrique
Muitos venderam e continuam insistindo na ideia de que a vida na Terra seria uma festa: gente legal, música bacana, comida boa e bebida farta. Muitos prazeres, poucas responsabilidades…
Aí, a pessoa veste a melhor roupa que tem e vem para este planeta naquela expectativa. Mas, quando aqui chega, percebe que a música é ruim, tem um monte de gente “mala”, a comida está estragada e a bebida não é suficiente para todo mundo…
Então, vem a decepção, o choro, o desespero, a falta de sentido nas coisas. Normal, não é? Afinal, foi um longo tempo de espera para vir para uma “festa de arromba”.
Os Espíritos Superiores falam em festas? Sim, mas não no “formato” que esperamos encontrar.
Vejamos o que Felícia diz na “Revue Spirite”, edição de maio de 1861:
Nas festas no Mundo dos Espíritos “[…] não se agitam, como nas vossas, as paixões humanas que sob rostos graciosos e frontes coroadas de flores ocultam a inveja, o orgulho, o ciúme, a vaidade, o desejo de agradar e de primar sobre rivais nesses prazeres fictícios. Aqui reinam a alegria, a paz, a concórdia; cada um está contente com a posição que lhe é designada e feliz com a felicidade de seus irmãos”. E isso acontece, especialmente, quando alguém que “foi em viagem”, retornou e, então, “[…] os bons Espíritos da Terra, nossos bem-amados irmãos, despojando-se de seu envoltório material, nos estendem os braços e nós vamos, em grupo inumerável, recebê-los à entrada da estância que daí em diante vão habitar conosco”.
E conclui ela que a nossa “[…] linguagem é incapaz de descrever essas magnificências”. Mas elas existem! Bem diferente da “bagunça” que reina em alguns ambientes na Terra, não é mesmo?
Pois bem… A vida neste planeta, um mundo de expiação e provas, não é “bolinho”, ou seja, quem disse que seria algo fácil? É bom entender isso…
O fato é que alguém te prometeu algo muito diferente da realidade. Plasmou algo que, na prática, jamais existiu ou existirá. Pensamos que, até, puxaram demais a corda pro lado de lá, a ponto de deixá-la bem esticadinha e prestes a arrebentar. Então, tá na hora de trazermos um pouco mais a corda pro lado de cá, a fim de aproximá-la da realidade.
Isto porque o equilíbrio faz um bem danado, assim como a esperança em dias melhores. Sonhar é bom, é o combustível da vida, é o acalento das aspirações, dos desejos, que podem, com esforço e dedicação, se tornarem realidade. O que não dá é continuar pensando na “festa” que seria a existência física – aquele produto que um “bom” vendedor te ofereceu e te convenceu, lá atrás.
Os sonhos são importantes para a alma que caminha, deixando um pouco mais coloridos os cenários e menos pesadas as “subidas”. Todavia, convém não perder a noção do mundo real, que é, de fato, bem distante da festa que prometeram.
Vamos à festa possível?
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