Orson Peter Carrara
Vejam que abordagem magnifica do Codificador. Embora o tema tratado seja mediunidade de cura, a orientação é válida e abrangente a todos nós. Num texto amplo, de profunda análise do tema em questão, há um parágrafo muito útil em linhas gerais para estudiosos, médiuns ou não, atuantes no movimento espírita. Veja…
“(…) Há, pois, para o médium curador, a necessidade absoluta de conquistar o concurso dos Espíritos superiores, se quiser conservar e desenvolver sua faculdade, senão, em vez de crescer, ela declina e desaparece pelo afastamento dos bons Espíritos. A primeira condição para isto é trabalhar em sua própria depuração, a fim de não alterar os fluidos salutares que ele está encarregado de transmitir. Esta condição não poderia ser suprida sem o mais completo desinteresse material e moral. O primeiro é o mais fácil; o segundo é o mais raro, porque o orgulho e o egoísmo são os sentimentos mais difíceis de extirpar e porque várias causas contribuem para superexcitá-los nos médiuns. Quando um deles se revela com faculdades um pouco transcendentes, ─ falamos aqui dos médiuns em geral, escreventes, videntes e outros ─ ele é procurado, adulado e mais de um sucumbe a essa tentação da vaidade. Em breve, esquecendo que sem os Espíritos nada seria, ele se considera indispensável e como único intérprete da verdade; ele denigre os outros médiuns e se julga acima dos conselhos. O médium que assim se comporta está perdido, porque os Espíritos se encarregam de lhe provar que ele pode ser dispensado, fazendo surgir outros médiuns melhor assistidos. Comparando a série das comunicações de um mesmo médium, facilmente podemos julgar se ele cresce ou se degenera. Ah! Quantos temos visto, de todos os gêneros, cair triste e deploravelmente no terreno escorregadio do orgulho e da vaidade! Podemos, portanto, esperar o surgimento de uma multidão de médiuns curadores. Entre eles, vários se tornarão frutos secos e eclipsar-se-ão depois de ter emitido um brilho passageiro, ao passo que outros continuarão a elevar-se.(…)”
Os grifos são nossos. O artigo é Considerações sobre a propagação da mediunidade curadora, constante da edição de novembro de 1866 da valiosa REVISTA ESPÍRITA. Nada a acrescentar ou comentar. Kardec diz tudo em sua advertência.
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