A sede que mata e que desata, prostra e desidrata.
Como a fome que também
assoma o homem e consome
quase a alma, seca o abdômen e
encolhe o ser que a tome.
Água da boa, pura e limpa, da
melhor fonte que se esconde no
mato e montanha, e brota sem
receio de matar a que nos mata,
essa sede ingrata e tamanha.
Bica, mina que vira veio, que vira
regato, riacho, cascata e rio até
chegar num oceano.
Água, que sem nenhum plano,
conhece todos os caminhos, serve
a todos os ninhos, até encontrar
alguém que a sorva e se alimente,
que é líquido do bem até na enchente.
Deus não esqueceu de nada neste
planeta e nem a água abundante
para tudo e para todos, o mais
precioso bem material. Ela é o
fluido da vida carnal como o amor
o é da vida espiritual. Como todos
os fluidos da vida, a água se une
ao cosmo, ao fluido universal.
Água que, se da mão à boca se
evapora, virando a chuva que
retorna à Terra e colabora, inunda,
também mata e arrebata. Reajusta
o equilíbrio e os ecossistemas que
o homem vem tratando de
desajustar há muita data.
Comparar a água ao
conhecimento e se terá a
compreensão. Ela sempre aparece
e brota num canto e varre tudo em
aluvião. Percorre todos os
caminhos até se encontrar num
oceano caudal, que é pura
convergência do conhecimento atemporal.
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Excelente texto.