Orson Peter Carrara
Sim! Muitas frases traduzem sabedoria. Muitas vezes, em colocações magistrais, poucas palavras conseguem compactar conhecimentos que levaram séculos para serem assimilados ou, em quantos casos, nem conseguimos perceber ainda o alcance do significado.
Simplesmente numa frase, fruto da sabedoria e da experiência, mas também vinda da inspiração, traduz – em muitas e variadas situações das aquisições intelectuais da humanidade – um autor, num livro, numa palestra, numa página, numa pequena mensagem ou texto, consegue emitir orientações de inesgotáveis reflexões.
Elas existem e não são poucas. Há milhares delas espalhadas ou selecionadas e publicadas, disponíveis para que nos concentremos nas possibilidades de crescimento intelecto-moral.
Encontrei uma delas no final de um capítulo de um livro que estou lendo. Não vou citar o livro ainda – farei isso mais adiante, pois ainda não concluí a leitura da obra que me ensejará outras abordagens –, mas a frase posso trazer para a presente abordagem.
A frase é: “(…) Perante Deus, a conduta de cada um é mais importante do que sua crença.”
Neste momento histórico complexo que atravessa a humanidade, de tantos extremos, conflitos e desencontros de toda ordem, com desafios continuados e graves, tanto na área individual como coletiva, eis que a frase faz pensar.
Imaginemos a quantidade de crenças que nos situamos, a defendê-las com ardor e até certa dose de fanatismo em muitos casos – e até desrespeitando crenças alheias –, enquanto se esquece a conduta. Cristãos que nos denominamos e agindo contrariamente ao que já sabemos. Afinal, é preferível um ateu honesto que um crente hipócrita.
Sim, a conduta está acima da crença. Crença é secundário, sujeita-se aos nossos condicionamentos e prisões psicológicas ou ideológicas. Conduta é diferente. Ela te identifica, independente da crença que defenda ou divulgue.
Dai, mais importante, como indica a sábia frase, mais importante a conduta que a crença. De que vale uma crença defendida nos lábios se as ações do comportamento a ela não se conectam? É falsa, frágil e enferma essa relação.
Melhor que optemos pela dignidade e coerência do comportamento para fazermos jus à crença que optamos, a ela nos apegamos ou defendemos. É algo para pensar, não é?
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