Wellington Balbo – Salvador BA
Kardec com uma bicicleta deu a volta ao mundo, ou melhor, foi ao outro mundo e desbravou um novo continente, o espiritual.
Kardec não tinha computador, celular, Google para consultar e, tampouco, software poderoso de cruzamento de dados.
Porém, mesmo sem recursos materiais suficientes deu, junto com os bons Espíritos, tiros certeiros e que hoje, século 21, são, se assim podemos chamar, “comprovados” pelos mais eminentes estudiosos de alguns temas.
Vejamos, por exemplo, o caso das lembranças espontâneas que algumas pessoas têm de suas existências pretéritas.
Na Revista Espírita, julho de 1860, no texto “Recordação de uma vida anterior”, há interessante relato sobre lembrança de uma possível vida pretérita.
Um correspondente de Kardec envia-lhe carta de um amigo que guardava viva impressão de já ter vivido anteriormente e de ter morrido no massacre de São Bartolomeu.
As lembranças começaram quando ele ainda era bem criança e numa riqueza de detalhes tão impressionante que o rapaz sentia, ainda, as três punhaladas que recebeu no momento de sua suposta morte no trágico episódio de São Bartolomeu.
Kardec, então, decide evocar o anjo guardião deste rapaz que, na vida presente é um oficial da marinha.
O anjo guardião, sabendo que não se trata de uma evocação para alimentar vã curiosidade, comparece à reunião espírita em Paris e proporciona muitos esclarecimentos.
Diz que as lembranças do rapaz são reais, portanto, ele realmente havia morrido na tragédia de São Bartolomeu. Kardec busca saber a razão pela qual a lembrança para este rapaz é mais nítida do que para outras pessoas.
O anjo guardião do rapaz diz que essas lembranças muito nítidas são raras e devem-se ao gênero da morte. Mortes muito violentas podem causar profundo impacto no Espírito e este, impressionado, acaba por trazer, numa posterior existência, uma ideia bem clara do acontecimento.
Pois bem…
Deixemos Kardec no século 19 e avancemos para os séculos 20 e 21.
Muitos pesquisadores debruçaram-se sobre as lembranças espontâneas de existências pretéritas que surgem principalmente em crianças.
Essas lembranças são, provavelmente, a maior fonte de informação que pode dar o devido reconhecimento à reencarnação como lei biológica.
Ian Stevenson, Elendur Haraldsson, Hernâni Guimarães Andrade e, atualmente, Jim Tucker chegaram a considerações muito próximas das que Kardec obteve na conversa com o anjo guardião do oficial da marinha.
Destaco os dois pontos de convergência entre o diálogo de Kardec com o Espírito e as pesquisas atuais:
1- As lembranças das existências passadas são mais nítidas e claras nas crianças.
2 – Mortes violentas causam profundo impacto em alguns Espíritos a ponto da lembrança do evento que os vitimou ser recordada com detalhes.
Sem recursos, Kardec chegou a conclusões certeiras.
Com uma bicicleta ele atravessou o mundo, imagina se tivesse um avião?
Para onde iria?
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